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O Islam harmonizou entre diversos povos depois das conquistas islâmicas, que continham várias raças e diferentes nacionalidades, cada uma tinha a sua herança cultural e suas experiências culturais científicas diversas. Esta foi uma razão para a formação de uma
O Islam publicou explicitamente e claramente a unidade humana mundial entre todos os povos, ao nível da verdade, do bem e da dignidade. Disse Allah, o Altíssimo: [Ó humanos, em verdade vos criamos de macho e fêmea e vos fizemos povos e tribos para conhecerdes uns aos outros. Em verdade, o mais digno perante Allah dentre vós é o mais temente] (Al Hujurat: 13).
Por isso, o Islam harmonizou entre diversos povos depois das conquistas islâmicas, que continham várias raças e diferentes nacionalidades, cada uma tinha a sua herança cultural e suas experiências culturais científicas diversas. Esta foi uma razão para a formação de uma civilização única, onde existe variedade de talentos e energias humanas e naturais, esta é a civilização islâmica formada de vários povos.
As variadas experiências técnicas, culturais e científicas ajudaram – das quais usufruíam alguns povos do mundo islâmico entre os persas, turcos e outros – na formação desta nova civilização islâmica, e participou – debaixo do estandarte do Islam – na construção de uma civilização humana sublime, e com base nisso, a variedade dos povos islâmicos foi considerada um afluente importante dos afluentes que enriqueceram a civilização islâmica e um fator importante dos fatores de sua formação.
Se tomarmos a Pérsia como exemplo, quando Allah a conquistou para os muçulmanos, os persas se misturaram com os muçulmanos e conheceram muito das benfeitorias da religião islâmica e sua tolerância, que é uma religião de irmandade e igualdade, simpatia e compaixão, amor e desambição, por isso, entraram na religião de Allah aos grupos, e procuraram aprender a língua árabe porque é a língua da religião que amaram e abraçaram, para que ela os ajude em seu entendimento e reflexão[1].
O amor deles por esta religião e por sua língua foi um motivo para que eles zelassem por eles. E assim, não passou muito tempo para que eles contribuíssem para o movimento científico e para a escrita, porém se destacaram em ambos. E a civilização islâmica conquistou grandes benefícios com isso, dentre eles:
Deve-se lembrar também que o destaque dos filhos destes novos povos islâmicos não ocorreu somente na religião e na língua, mas também se destacaram e foram magistrais também nas ciências da vida, como por exemplo: a medicina, a astronomia, a álgebra, a engenharia e outras matérias. Isso enriqueceu a civilização islâmica de forma impressionante e influenciou diretamente na sua construção e formação, e não há prova maior que sábios como: Al Khawarizmi[12], Ibn Sina[13] e Al Bairuni.
Azzuhri[14] citou que Hisham ibn Abdul Malik[15] lhe disse: Quem se destaca em Makkah? Eu respondi: Átaá[16]. Disse: E no Iêmen? Eu disse: Tauss[17]. Disse: E na Síria? Eu respondi: Makhul[18]. Disse: E no Egito? Eu respondi: Iazid ibn Abi Habib[19]. E na Península? Eu respondi: Maimun ibn Mahran[20]. Disse: E Khurasan? Eu respondi: Al Dhahhak ibn Abi Muzahim[21]. E em Bassrah? Eu respondi: Al Hassan ibn Abi Al Hassan. E em Al Kufah? Eu respondi: Ibrahim Al Nakha’i[22]. Em cada um ele perguntava: É dos árabes ou dos estrangeiros? Respondia: Dos estrangeiros. Ao terminar ele disse: Ó Zuhri, os estrangeiros prevalecerão sobre os árabes até que se proferirá o sermão sobre os púlpitos e os árabes estarão sob eles. Eu disse: Ó emir dos crentes, é tão somente a ordem de Allah e Sua religião, assim, quem o preservar destacar-se-á, e quem o perder cairá[23].
A civilização islâmica foi, então, resultado de diversos povos do mundo islâmico, persas, romanos, gregos, indianos, turcos, andaluzes, tais povos que entraram sob a bandeira do Islam e formaram, por sua vez, uma fonte de força para este gigante corpo e aumentou a eficácia do patrimônio da nação, de sua civilização e história difundida em larga escala.
Por isso, toda civilização podia se orgulhar com os gênios de uma só raça e de uma só nação, exceto a civilização islâmica, esta se orgulha com os gênios que a construíram sendo de todas as nações e povos sobre os quais o estandarte do Islam se elevou, o árabe contribuiu ao lado do persa, temos Abu Hanifah, Malik[24], Al Shafií[25] e Ahmad[26] (os sábios que dão nome às quatro escolas de jurisprudência islâmica), por outro lado encontramos Al Khalil[27] e Sibauaih[28] (senhores da língua árabe) e vários outros cujas origens e países se diversificaram e são gênios muçulmanos através dos quais a civilização islâmica apresentou os mais incríveis resultados do pensamento humano saudável[29]3.
Esta é a natureza da civilização islâmica, que fez dela um modelo único que iluminou o mundo com o conhecimento e a tolerância, e mais, abrangeu todos os que vivem à sua sombra e criou, renovou, acrescentou e construiu.
[2] Al Hassan Al Bassri: Abu Said Al Hassan ibn Iassar Al Bassri (21 – 110 dH / 642 – 728 dC). Um dos grandes sábios dos tab’in (geração posterior à dos companheiros do Profeta), reuniu todas as virtudes, entre conhecimento, desapego, piedade e adoração. Nasceu em Madinah e morreu em Bassrah. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian (Óbitos dos Notáveis) 2/69-72.
[3] Muhammad ibn Sirin: Abu Bakr Muhammad ibn Sirin Al Bassri (33-110 dH / 653 – 729 dC). Um dos juristas da cidade de Bassra, conhecido pela piedade em sua época, tinha problema de surdez, e ficou conhecido por interpretar sonhos. Nasceu e morreu em Bassra. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 4/181-182.
[4] Al Bukhari: Abu Abdullah Muhammad ibn Ismail Al Bukhari (194 – 256 dH / 810 – 870 dC). Sheikh do Islam, imam dos memorizadores, escritor de “Al Jami’i Al Sahih” e “Al Tarikh”. Nasceu em Bukhara, cresceu órfão e morreu em Khartank, uma das cidades de Samarqand. Veja: Uafyiat al A’ian 2/104-105.
[5] Abu Hanifah: Abu Hanifah Al Nu’man ibn Thabit Al Kufi (80 – 150 dH / 699 – 767 dC), imam da escola hanafi, reuniu jurisprudência, adoração, piedade e bondade. Sua origem é da Pérsia, nasceu e cresceu em Kufah e morreu em Bagdá. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 5/405-414.
[6] Allaith ibn Saad: Abu Al Harith Allaith ibn Saad (94 – 175 dH /713 – 791 dC), O Imam do povo do Egito em fiqh e hadith. Sua origem é de Asbahan, nasceu em Qalqashanda e faleceu no Cairo. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 4/127,129.
[7] Abdul Hamid Al Katib: Abdul Hamid ibn Iahya ibn Saad, famoso escritor eloqüente. Era o escriba de Marwan ibn Muhammad, o último califa da dinastia omíada. Foi morto junto com ele em Bussir, no Egito no ano de 132 dH / 750 dC. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 3/228,229.
[8] Ibn Al Muqafa’: Abdullah ibn Al Muqafa’ (106 – 142 dH / 724 – 759 dC) literato famoso por sua eloqüência. Nasceu no Iraque e era zoroástra, e tornou-se muçulmano nas mãos de Issa ibn Ali (tio de Al Saffah). Foi morto por ordem de Al Manssur Al Ábbassi. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 2/ 151 - 154.
[9] Basshar ibn Burd:Abu Mu’azh Basshar ibn Burd Al Úqaili (95 – 167 dH / 714 – 783 dC), poeta famoso, viveu na época do califado omíada e abássida. Era cego e foi acusado de ateísmo e foi açoitado até morrer. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 1/271 – 273.
[10] Abu Nuas: Al Hassan ibn Hani ibn Abdul Awual (146 – 198 dH / 763 – 814 dC), poeta do Iraquem em sua época, era descarado, a maioria de seus poemas eram sobre vinho e elogio explícito. Veja: Al Bagdadi: Khizanatul Adab 1/168.
[11] Abu Zaid Shalabi: A História da Civilização Islâmica e Pensamento Islâmico, p. 67-68.
[12] Al Khawarizmi: Abu Abdullah Muhammad ibn Mussa Al Khawarizmi (falecido depois de 232 dH / 848 dC), matemático, astrônomo e historiador do povo de Khawarizm. Al Ma’mun o encarregou de sua biblioteca e o encarregou de reunir os livros gregos e traduzi-los. Veja: Ibn Al Nadim: Al Fihrast, p. 383 e Al Zirkilli: Al A’lam 7/116.
[13] Ibn Sina (Avicenna): Abu Ali Al Hussein ibn Abdullah ibn Sina (370 -428 dH / 980 – 1037 dC) o mestre filósofo, autor de obras na ciência da medicina, lógica, ciências naturais e religiosas. Nasceu numa das aldeias de Bukhara e morreu em Hamadan. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 2/157-161
[14] Azzuhri: Abu Bakr Muhammad ibn Muslim ibn Abdullah ibn Shihab Azzuhri Al Qurashi (58 – 124 dH / 678 – 742 dC), um dos fuqahá (juristas) e muhaddithin (estudiosos do hadith). Grande sábio da geração dos tabi’in (posterior à geração dos discípulos do Profeta (a paz esteja com ele) em Madinah. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 4/ 177,178.
[15] Hisham ibn Abdul Malik: Hisham ibn Abdul Malik ibn Marwan (71 – 125 dH / 690 – 743 dC), um dos califas da dinastia omíada, foi empossado do califado após a morte de seu irmão Iazid em 105 dH. Era bom político, desperto em seus assuntos, agia pessoalmente. Veja: Al Zirkilli: Al A’lam 8/86.
[16] Átaá ibn Abi Rabah, nasceu no Iêmen e cresceu em Makkah. Jurista de confiança. Al Auza’i diz sobre ele: Jamais vi alguém mais piedoso a Allah do que Átaá. Morreu em Makkah no ano 115 dH. Veja: Ibn Saad: Al Tabaqat Al Kubra 5/467, Ibn Al Jauzi: Sifat Al Safuah 2/212 – 214.
[17] Tauss ibn Kaissan: Al Iamani Abu Abdurrahman Al Himiari, servo de Buhair ibn Raissan Al Himiari. De origem persa. Ibn Hibban declarou sobre ele: Era um dos adoradores do povo do Iêmen e um dos senhore da geração dos tabi’in. Morreu em 106 dH. Veja: Al Mizzi: Tahzhib Al Kamal 13/358 e Ibn Hajar: Tahzhib Al Tahzhib 5/9.
[18] Makhul Al Shami: Abu Abdullah Al Dimishqui. Grande jurista, era do povo de Kabul. Morreu em 118 dH, e foi dito que morreu em outra data. Veja: Ibn Saad: Al Tabaqat Al Kubra 7/453.
[19] Iazid ibn Abu Habib: Abu Rajá Al Massri, era o mufti do povo do Egito em sua época, era sábio e inteligente. Morreu em 128 dH. Veja: Ibn Hajar: Tahzhib Al Tahzhib 11/278.
[20] Maimun ibn Mahran: Sua alcunha é Abu Ayub, faleceu em 116 dH. Veja: Ibn Khayat: Al Tabaqat, p. 319, Ibn Hajar: Tahzhib Al Tahzhib 10/349.
[21] Al Dhahhak ibn Muzahim: Abu Al Qassim Al Dhahhak ibn Muzahim Al Balkhi Al Kharasani (falecido em 105 dH / 723 dC), sábio do tafssir (mufassir), do hadith (muhaddith) e lingüista. Educava crianças. Veja: Al Hamaui: Mu’jam Al Udabá 4/1452,1453, e Ibn Hajar: Tahzhib Al Tahzhib 4/ 397, 398.
[22] Ibrahim Al Nakha’i: Abu Ímran Ibrahim ibn Iazid ibn Qais Al Nakha’i Al Kufi (46 – 96 dH / 666 – 815 dC). Um dos grandes tabi’in em integridade e em memorização do hadith. Morreu escondido de Al Hajjaj. Veja: Ibn Saad: Al Tabaqat Al Kubra 6/ 270 – 284.
[23] Ibn Kathir: Al Ba’ith Al Hathith Sharh Ikhtissar ‘Ulum Al Hadith, p. 42.
[24] Malik ibn Anas ibn Malik Al Asbahi Al Himiari (93 – 179 dH): O imam da terra da hijrah (imam de Madinah) e um dos quatro grandes imams a quem é atribuída a escola malikita. Nasceu e faleceu em Madinah. Era sólido em sua religião, distante dos emires e dos reis. Musnad Al Muattá é uma de suas mais famosas obras. Veja: Al Zhahabi: Siar A’alam Al Nubala 8/48, e Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 4/135, e Al Zarkali: Al A’alam 5/257.
[25] Al Shafií: Abu Abdullah Muhammad ibn Idriss Al Qurashi (150 – 206 dH). Um dos quatro imams, o primeiro a compilar a ciência de ussul al fiqh (fundamentos da jurisprudência). Nasceu em Gaza e morreu no Egito. Veja: Al Zhahabi: Siar A’alam Al Nubala 10/5.
[26] Ahmad ibn Hanbal: Abu Abdullah Ahmad ibn Muhammad ibn Hanbal Al Shaibani (164 – 241 dH). O imam dos muhaddithin (estudiosos do hadith), escreveu Al Musnad e reuniu nesta obra o que não foi compilado por outros sábios. Foi relatado que ele memorizava um milhão de hadiths, era dos discípulo do imam Al Shafií e um de seus íntimos, o acompanhou até que Al Shafií mudou para o Egito. Nasceu e morreu em Bagdá. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 1/64.
[27] Al Khalil: Abu Abdurrahman Al Khalil ibn Ahmad ibn Ámr Al Farahidi (100 – 170 dH / 718 – 786 dC) imam da ciência da gramática (nahw), criou a ciência de al árudh e foi o mestre de Sibauaih. Nasceu e morreu em Basra. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 2/ 244 – 248.
[28] Sibauaih: Abu Bishr Ámr ibn Uthman ibn Qunbur (148 – 180 dH / 765 – 796 dC) o imam dos gramáticos e o primeiro a detalhar a ciência da gramática árabe (al nahw). Nasceu em uma das aldeias da cidade de Shiraz, se mudou para Basra e acompanhou Al Khalil ibn Ahmad e o superou. Veja: Ibn Khallikan: Uafyiat al A’ian 3/463 – 464.
[29] Veja: Mustafa Al Sibaí: Min Rauaí Hadharatina (Das maravilhas de nossa civilização), p. 36,37 (adaptado).
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