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Não é nenhum segredo que a limpeza e a purificação – e o cuidado com ambos - são dois dos aspectos mais importantes e mais claros da civilização humana. Eles também, ao mesmo tempo, são o melhor aspecto que reflete a beleza material ou exterior. De fato, o Islam foi milagroso neste aspecto. O Islam trouxe um sistema que garante a saúde do corpo, da alma e da sociedade e de toda a humanidade! A ponto de o Alcorão orientar que [Allah ama os purificados] (Al Baqarah: 222), e [Allah ama os que se purificam] [Attaubah: 108], “ou seja: aqueles que se distanciam das sujeiras e da moléstia.”[1]
O Profeta (a paz esteja com ele) afirma: "A pureza é a metade da fé"[2]. Alguns estudiosos disseram na explicação deste hadith que a "recompensa da pureza é multiplicada para alcançar a metade da recompensa da fé".[3]
Vale ressaltar que todas essas indicações vieram num momento em que a sujeira era uma característica distintiva dos europeus. O indivíduo só se banhava uma vez ou duas vezes por ano[4], na medida em que consideravam a sujeira que se prende no corpo e na veste uma benção e algo que dá força aos corpos.
Nessa época, o sistema islâmico veio para orientar os muçulmanos para a purificação (taharah) e para a obrigatoriedade e recomendação do banho, de maneira que não há pureza para os seus corpos senão com o banho, e a oração sem ablução não é válida, e esta ablução pode chegar a ser realizada cinco vezes por dia.
O banho é obrigatório depois da menstruação e com a impureza sexual (janabah). E é recomendável nos dois dias festivos dos muçulmanos e no ihram (um estado no qual é proibida a prática de determinados atos no hajj ou Umrah, e são legais em outros momentos). Os estudiosos se dividiram sobre a sua recomendação ou obrigatoriedade às sextas-feiras, e o no geral, ele é recomendável, porque Abu Said al-Khudri narra que o profeta disse: "O banho no dia de sexta-feira é para todos aqueles que atingiram a puberdade, assim como o uso do siwak e se perfumar com o perfume que puder".[5]
O Islam ainda determinou o período máximo entre dois banhos. O Profeta (a paz esteja com ele) disse: "É um dever para todo muçulmano que se banhe uma vez a cada sete dias, lavando a cabeça e o corpo."[6]
Alguns estudiosos enumeraram os tipos de ghusl (banho) a dezessete, indicando a sua importância. O Islam também ordenou a pureza de vários órgãos do corpo, e mostrou cuidado especial com os órgãos onde a ocorrência de doenças é comum ou estão mais expostos e, por isso, é mais provável a ocorrência de sujeira.
O sistema de limpeza do Islam pode ser organizado em três etapas: A proibição da sujeira, a ordem da limpeza e a recomendação de adorno, que é um nível superior à limpeza.
Os muçulmanos também aprenderam que ignorar a pureza é uma razão para o castigo. O Mensageiro de Allah (a paz esteja com ele) uma vez passou por dois túmulos, e informou os seus companheiros sobre as duas pessoas enterradas naqueles túmulos, dizendo: "Eles estão sendo torturados, e não estão a ser torturados por uma grande coisa (de se evitar). Um deles não se abstia de se sujar com a sua urina, enquanto o outro andava entre as pessoas difundindo o rumor (intriga e fofoca)."[7]
E certa vez, o Profeta (a paz esteja com ele) viu um homem com o cabelo despenteado e barba desarrumada. O Profeta (a paz esteja com ele) apontou para ele, como se indicando que ele deveria arrumar o cabelo e a barba. O homem foi e fez, depois voltou. O Profeta (a paz esteja com ele) disse: "Isto não é melhor do que um de vocês vir com o cabelo despenteado, como se fosse um demônio?"[8]
O Mensageiro de Allah (a paz esteja com ele) também recomendou a limpeza das partes do corpo onde é provável a concentração de suor, sujeira e micróbios, e estabeleceu isso como sunan Al-Fitrah (tradições naturais). Ele diz: "Cinco são partes da fitrah (natureza): A circunscisão, raspar os pelos pubianos, aparar as unhas, arrancar os pelos das axilas e aparar o bigode".[9]
Ele também diz: "Se eu não fosse sobrecarregar aminha nação, iria prescrever que eles usem o siwak (que limpa os dentes) em toda ablução"[10]. E Ibn Abbas disse: "Nós éramos ordenados a usar o siwak, a ponto de pensarmos que ia ser revelado no Alcorão."[11]
Não é de admirar então que os banhos públicos tenham se espalhado em países da civilização islâmica e se tornaram uma parte que distingue o aspecto arquitetônico nesses países.
A orientalista alemã Sigrid Hunke realizou uma comparação entre a civilização islâmica naquela época, e entre a Europa, a este respeito. Ela disse que “o erudito andaluso Al-Tartushi viu coisas chocantes durante suas viagens nos países ocidentais. Hunke disse que Al-Tartushi, um muçulmano que deve se banhar e fazer a ablução cinco vezes por dia para orar, ouça-o dizer: "Você nunca vai ver pessoas mais sujas do que eles. Eles não se limpam e não tomam banho com exceção de uma ou duas vezes por ano e com água fria. Quanto à sua roupa, eles nunca a lavam depois de usar até que se tornem esfarrapadas. Hunke acrescenta: "Tal coisa – a impureza e sujeira - não pode ser compreendida ou tolerada por um árabe refinado, para ele, a limpeza e pureza do corpo não é apenas uma obrigação religiosa, mas também uma necessidade, dadas as circunstâncias do tempo quente". Em seguida, ela cita que a cidade de Bagdá no século X era lotada de banhos públicos aquecidos, com esfregadores e esteticistas.[12]
Ela observa: "Nós dizemos que, embora o clima quente leve as pessoas a se limpar, a escassez de rios e recursos hídricos poderia ser aceitável como motivo para não se exigir rigorosamente esta rotina diária e semanal de limpeza. Nem todos os lugares da Europa são frios. Há regiões quentes na Europa, e ao mesmo tempo, ela flutua sobre rios espalhados de norte a sul, de leste a oeste. No entanto, surgiram muitos princípios defendendo a sujeira e fazendo o sujo se sentir orgulhoso".
Em seguida, o Islam trouxe a pós-limpeza, estabelecendo diversos tipos de adorno.
O Profeta (a paz esteja com ele) deixou claro que ele adora o perfume. Ele disse: "É amado para mim de vosso mundo: as mulheres, o aroma agradável, e o colírio dos meus olhos (meu maior prazer) está oração".[13] Era seu costume quando lhe era dado perfume, não rejeitá-lo.[14] Ele ainda recomendou: "Aquele a quem é apresentado um perfume não deve rejeitá-lo, pois é leve para carregar e de agradável odor." [15]
Quando uma túnica preta foi feita para o Profeta e vestiu-a. Quando suou, ele percebeu o cheiro de lã e, então, a jogou[16]. E por isso que o servente do profeta, Anas Ibn Malik, descreveu: "Eu nunca toquei um pano de seda ou seda pura mais suave do que a palma da mão do Mensageiro de Allah (a paz esteja com ele). Nem senti cheiro nenhum, de almíscar ou qualquer outra fragrância, mais agradável do que o odor do Mensageiro de Allah (a paz esteja com ele). "[17]
Com isso, a limpeza para os muçulmanos foi uma ordem religiosa, com a sua aplicação almejam a recompensa, e acreditam que cumprí-la é seguir o exemplo de seu Profeta (a paz esteja com ele).
[2] Muslim (223) e Ahmad (22.953).
[3] Al-Nawawi: Al-Minhaj, 3 / 100.
[4] Hunke Sigrid: Shams al-Arab, p 54.
[5] Al-Bukhari (840) e Muslim (846).
[6] Al-Bukhari (856) e Muslim (849).
[7] Al-Bukhari: Kitab Al Udhu’ (Livro da Ablução) (213) e Muslim: Kitab Al Taharah (Livro da purificação) (292).
[8] Malik: Al- Muwataa (1702). Autenticado por Al Albani em Al Silsilah Al Sahihah (493).
[9] Al-Bukhari, da narração de Abu Hurairah: Kitab Al Libas (Livro das vestes) e Muslim Kitab Al Taharah (Livro da purificação) (257).
[10] Al-Bukhari: Kitab Al Jumu’a (Livro da sexta-feira) (5550) Abu Daud, (47), Al-Tirmizhi (22) e Ahmad (7840).
[11] Relatado por Ibn Abi Shaybah (1793).
[12] Hunke Sigrid: Idem. p 54.
[13] Al- Nassaí (3940) e Ahmad (14069).
[14] Al- Nassaí (5258) e Ahmad (12197).
[15] Muslim (2253).
[16] Abu Daud (4074).
[17] Muslim (2330).
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